quinta-feira, 24 de junho de 2010

Ontem

Ontem dormi pensando nas coisas certas e erradas que a vida nos apresenta. Somos guiados ao encontro de valores familiares, sociais, religiosos e tantos outros, cada um em sua bolha. E recordei de um assunto que me irritou mais de uma vez. Os valores religiosos.

Descobri meu lado espiritual, estudando muito tempo algumas religiões, não me tornei nenhum guru, nem pastor, nem discípulo ou padre, longe disso tudo. Simplesmente encontrei Deus dentro de mim, sigo hoje um caminho só meu, onde a palavra Deus é o meu centro, meu porto e meu caminho, este Deus me cobra somente duas coisas, o respeito sobre todas as coisas e a compreensão.

Certa vez me reencontrei com uma amiga, éramos muito íntimos, o tempo havia nos afastado e colocou-nos frete a frete anos depois. Apaixonamo-nos, foi a primeira grande e verdadeira paixão. O abismo surgiu quando descobri que já não eram suportáveis as opressões religiosas, as imposições. Talvez porque eu lutava contra tudo isso na época, estava disposto a encontrar meu caminho a Deus. Isso nos custou o amor. Noutros dias, discuti com outras que cruzaram intensamente minha vida, e o problema se repetiu.

Um dia estava noivo. Noivo, e ela tinha horror àquilo que eu acreditava, como fui parar alí? Foi por desespero? Por amor? Porque Deus estava mostrado que eu estava errado? que aquilo era o certo? Fiz todas essas perguntas e tantas outras. Vi-me confuso por muito tempo, tentando encontrar o erro, mesmo depois de ter sido mais um relacionamento frustrado.

Daí, me percebi. Forte, feliz, cheio de vida e de amor. Vi que Deus não me mostrou nada a mais do que apresentou antes, o respeito e a compreensão.

Quando estudei as religiões, percebi que não importa se você o chama de Deus, Jeová, Alá, Buda, Zeus, Dagda, Olorum, Gaia, ou qualquer outra coisa que queira chamar, ele sempre estará disposto a mostrar que o respeito e a compreensão às diferenças é o essencial. E aplicamos isso tão bem, ou nos esforçamos, quando falamos de problemas sociais, racismo, quando tratamos das preferências aos idosos, das grávidas, dos deficientes físicos. Mas somos estimulados em algumas igrejas a agirmos preconceituosamente à religião do outro.

Não podemos nos casar com alguém que acredita em uma igreja diferente da nossa, “porque os valores são diferentes”, eles dizem. E em que mundo o Deus condenou alguém por respeitar e compreender?

Esse enigma eu não quero decifrar, vou apenas continuar me esforçando para respeitar e compreender essas diferenças, mas quero ser compreendido e respeitado.

Um comentário:

  1. Quer dizer que entro para conhecer seu novo blog e já tem três textos postados??!! Estou adorando!!! Espero te encontrar para trocar todas essas ideias pessoalmente em breve também!! Beijos!

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