Meu querido Anti-Héroi

Meu anti-herói é o que seu título determina, um anti-herói.

Ele teve todos os cuidados para tornar, meus irmãos e eu, em homens de bem e uma linda mulher (Polly).

1ª - Não podíamos comer na mesa, porque era coisa de menina. (exceção à Polly);

2ª - Os brinquedos sempre eram bonecos de guerra e barulhentos;

3ª - Sempre ganhávamos 2 tênis, um para eventos, e outro para chutar pedras;

4ª - Podíamos fazer guerras de goiabas, balões de água, lama, esconderijos de caixas de papelão. Mas as 22h tínhamos que dormir para a felicidade da mamãe;

5ª - Fugir da escola e nadar em rios aos 3 anos e andar a cavalo aos 4;

6ª - Caçar onças nas fazendas dos meus avós durante o dia, a noite eu tinha medo. (todos em meus sonhos acordados);

Poderia listar mil circunstâncias que ele nos permitiu fazer ou imaginar as mais diversas loucuras de crianças, uma unica coisa nos era imposta: nunca estávamos certos quando alguém reclamava. Mas depois de tanta traquinagem, qualquer reclamação tinha seu fundo de razão.

Meu querido anti-herói só nos permitiu fazer isso porque ele foi mais que tudo isso, em sua infância roubada, quando lhe era permitido, parece que todas das loucuras infantis o surgiam à flor da pele, para num vulto rápido do acaso, ele pregasse uma peça em alguém.

E assim nós fomos criados, como crianças em apartamentos sem paredes, casas rurais, fazendas feudais... Por maior que fosse o espaço e o tempo, sempre nos permitiu achar que o mundo fosse maior e que poderíamos conquistá-lo.

Agradeço a Deus, diariamente, por ter me dado o pai que tenho!